Energia Automação implanta o ADMS na concessionária CPFL de forma pioneira no Brasil

O primeiro desafio enfrentado pela Energia Automação foi o pioneirismo. Até então, nenhuma distribuidora, concessionária, integradora ou empresa de energia havia tido experiência com a plataforma ADMS no Brasil. A CPFL foi a primeira distribuidora do país a adotar essa solução, e confiou a responsabilidade inédita de modelar o sistema em três das suas regionais à Energia Automação, que acumula know-how e experiência no desenvolvimento de softwares para o setor elétrico há mais de 10 anos. O gerente do programa ADMS na CPFL, Rodrigo Teodoro Bilia de Moraes, destaca que a digitalização da distribuição de energia proporcionada pelo ADMS permite que haja mais dispositivos inteligentes e telecontrolados em campo, favorecendo a sustentabilidade do negócio.

"Com esta modernização, será possível reduzir a abrangência das interrupções, localizar de forma mais rápida o ponto do defeito, otimizar os ativos elétricos para reduzir carregamento e queda de tensão etc.", explica o gerente da CPFL.

DIMENSÕES DESAFIADORAS

O volume de trabalho contratado foi outro desafio. A empresa executora do projeto deveria fazer a modelagem das regionais Paulista e Santa Cruz, que somam mais de 600 subestações e 1.500 alimentadores, e também da RGE, que fica na região Sul do país e tem mais de 150 subestações e 1.000 alimentadores.

Na modelagem é feito o desenho das subestações e a importação dos ativos elétricos a serem operados pelo ADMS. Posteriormente, vem o comissionamento, que também foi assumido pela Energia Automação. Nessa etapa são feitos simulações e testes para assegurar que o ADMS está se comunicando com os dispositivos telecontrolados em campo e provar que o sistema consegue executar comandos de forma remota.

"Esse projeto representou uma grande inovação para todas as empresas envolvidas. Foi a nossa primeira experiência na modelagem e no comissionamento de um sistema ADMS. A CPFL nunca havia trabalhado com um ADMS e o fabricante (Schneider Electric) teve seu primeiro case de uso do software no Brasil", destaca o Diretor de Negócios da Energia Automação, Bruno Musarra.

SISTEMAS INTEGRADOS

O ADMS é um sistema avançado de gerenciamento da distribuição de energia, que integra em um único software ferramentas que, sem a plataforma, seriam usadas individualmente, como: SCADA, para a supervisão e controle; OMS, para gerenciamento das interrupções e restabelecimento de energia; DMS, para otimização da rede de distribuição; EMS, para otimização da subtransmissão.

Além de aumentar a eficiência da gestão de rede, por unificar toda a operação em um único ambiente, o ADMS automatiza ações antes realizadas manualmente pelos operadores como, por exemplo, estimar o local de uma falta ou avaliar a capacidade da rede para receber cargas de outros circuitos.

O uso do sistema faz com que os operadores possam substituir atividades mecânicas por trabalhos analíticos, concentrando esforços na análise e gestão da rede. O resultado esperado é um fornecimento de energia mais eficiente, com menos interrupções e restabelecimentos mais ágeis para os consumidores.

PREPARO E TREINAMENTO

O primeiro passo da Energia Automação para implantar o ADMS foi treinar sua equipe responsável pelo projeto, etapa que teve participação também de profissionais da CPFL. O objetivo: aprender e testar previamente as melhores práticas na plataforma.

"Usamos nossa expertise em desenvolvimento e implantação de sistemas SCADA em outros centros de distribuição como benchmarking para entender a metodologia de trabalho requerida pelo ADMS. Após alguns alinhamentos, conseguimos apresentar a melhor proposta de fornecimento para a CPFL", explica Bruno Musarra. Para lidar com o largo escopo, que englobava cerca de 750 subestações e 2.500 alimentadores, a Energia Automação seguiu sua metodologia ágil de trabalho, que mistura conceitos de Kanban e Scrum.

O resultado foi uma alta produtividade: a equipe conseguiu configurar uma média de 50 subestações por semana, chegando a entregar 110 subestações de pequeno porte numa única sprint de trabalho. "A Energia Automação apresentou ótima capacidade de entender o escopo e estabelecer premissas, o que resultou em uma oferta bastante competitiva. Após a contratação, apresentou uma gestão bastante consistente, baseada em metodologia ágil, com sprints e controle individual de produtividade, resultando em entregas aderentes aos prazos, e com qualidade", atesta Rodrigo Teodoro Bilia de Moraes, gerente do Programa ADMS na CPFL.

ÉPICOS DO PROJETO

Na modelagem do ADMS, o trabalho teve três épicos: Desenho Manual de Subestações, que é correspondente à configuração da tela de uma subestação; SCADA Mapping, correspondente à configuração da base de dados da subestação, pela importação dos sistemas SCADA legados; Importação GIS, correspondente à importação das telas e base de dados dos alimentadores.

A mesma metodologia foi aplicada para o comissionamento, com novos épicos: Comissionamento

de Subestações Próprias, Comissionamento de Subestações Particulares e Comissionamento de Chaves Telecontroladas.

Foram criadas histórias para cada tipo de ativo: subestações próprias, subestações particulares

(pertencentes a empresas terceiras), alimentadores, linhas de transmissão, subsistemas, religadores etc. Semanalmente, o time da Energia Automação montava uma sprint com o conjunto de histórias que deveriam ser entregues na semana seguinte. "Essa metodologia permitiu que o próprio time técnico gerenciasse o seu trabalho, de forma colaborativa, por meio da plataforma de gerenciamento de projetos. Além disso, em reuniões de status report, nosso time apresentava ao cliente os resultados de desempenho embasados em relatórios e gráficos. Foi possível identificar desvios e corrigi-los em curto espaço de tempo. O resultado foi uma alta produtividade e assertividade", avalia o diretor de Negócios da Energia Automação, Bruno Musarra.

DESENVOLVIMENTO DE SIMULADOR

As necessárias agilidade e alta margem de confiança para comissionar o grande volume de ativos foram os desafios na etapa de comissionamento. Além disso, era um limitador do projeto a impossibilidade de testar pontos reais, já que não era possível forçar um sinal de campo numa subestação em funcionamento.

Para resolver essas questões, a Energia Automação desenvolveu um simulador por meio da plataforma Elipse Power. Com a ferramenta o time conseguiu importar uma base de dados de uma subestação e forçar os pontos ao mesmo tempo no ADMS e no SCADA, o sistema legado. "Podemos dizer que o Simulador foi um diferencial do projeto, pois, com a automatização dos testes, conseguimos testar até 24 subestações em um único dia. Além da agilidade, a ferramenta nos deu mais confiabilidade nos serviços ao evitar que erros manuais fossem cometidos pelo nosso time", comemora Bruno Musarra.

ENTENDA AS ETAPAS DO PROJETO

A Energia Automação foi contratada para fornecer os serviços referentes à modelagem do ADMS, processo que englobou as seguintes atividades:

1. Importação Interativa de Dados: corresponde à importação da rede geográfica da base de dados do GIS para o ADMS.

2. Desenho Manual de Subestações: construção de telas de subsistemas, diagramas unifilares de subestações, linhas da rede de transmissão e subtransmissão de energia elétrica.

3. Diagramas de Interligação: construção de vistas ortogonais que são os diagramas de interligação das subestações.

4. SCADA Mapping: importação dos dados relativos aos sinais SCADA.

5. Dinamização: Inclusão dos sinais SCADA digitais e analógicos, que não estão associados ao modelo elétrico.

Juntamente com o time da CPFL, a Energia Automação elaborou um fluxo de trabalho para organizar a execução e aprovação dessas atividades e atingir os resultados esperados. O sucesso no projeto da modelagem do ADMS ajudou a Energia Automação a ganhar também a concorrência para os serviços referentes ao comissionamento do novo sistema. Nessa segunda etapa foram validadas as configurações com o objetivo de deixar o software pronto para sua entrada em operação (Go Live).