Apesar do grande potencial do país, ainda falta regulamentação específica para iniciativas do gênero
A região semiárida do Nordeste brasileiro é especialmente fértil para empreendimentos que combinam duas fontes de energia: a eólica e a solar fotovoltaica. Essa foi a principal conclusão do estudo "Combining wind and solar energy sources: potential for hybrid power generation in Brazil", de José Alexandre Ferraz de Andrade Santos, Pieter de Jong, Caiuby Alves da Costa e Ednildo Andrade Torres, publicado em 2020.
Com base na análise de dois projetos-piloto de parques híbridos de energia solar e eólica no semiárido do Nordeste, o estudo aponta como grande benefício desses empreendimentos a complementariedade das duas fontes de energia, tanto ao longo do dia ou como no decorrer das estações do ano.
Recursos diferentes combinados - no caso, vento e sol - podem gerar energia de forma mais eficiente do que quando há uma única fonte. A notícia é animadora neste momento em que há maior demanda no Brasil por outras fontes de energia renovável, que sejam alternativas à água.
RECURSOS COMPLEMENTARES
Meses de baixa radiação solar coincidem com os de alta velocidade do vento, assim como os períodos de estiagem e baixo nível nos reservatórios de água são justamente aqueles em que há maior potencial para exploração da energia eólica e solar.
Há, portanto, compensação e equilíbrio na oferta da energia gerada, considerando-se as três fontes: eólica, solar e hídrica, que é a predominante na região Nordeste. Isso ajudaria a suprir o consumo, que se mantém constante, sem grandes variações ao longo do ano.
No entanto, uma dificuldade assinalada no estudo é a falta de regulamentação federal para projetos específicos de parques híbridos e, consequentemente, a inexistência de leilões para esse tipo de empreendimento.
A viabilidade econômica dos sistemas híbridos de energia é um assunto recente. Por isso, há lacunas técnicas e científicas a serem preenchidas. Não por acaso, os projetos-piloto analisados no estudo são iniciativas de empresas privadas. Um está localizado na cidade de Tacaratu (Pernambuco) e o outro nos municípios de Caetité e Igaporão (Bahia).
PRÓS E CONTRAS
O estudo lista aspectos positivos e negativos desse tipo de empreendimento. Entre os pontos favoráveis, há fatores econômicos, como a geração de empregos e renda, e ambientais, como menor emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) e economia de água, graças à menor dependência dessa fonte de energia. Esse último fator, aliás, ganha maior importância no atual cenário de crise hídrica enfrentado pelo país.
Entre os pontos negativos, são citados a especulação fundiária para a construção dos parques, algum nível ainda de emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE), possíveis acidentes fatais com pássaros e morcegos causados pelas lâminas dos equipamentos, entre outros fatores.
GANHO PARA O PAÍS
Apesar de serem recursos inesgotáveis na natureza, vento e sol são fontes intermitentes, já que não são disponibilizados de forma contínua. Isso reforça a grande vantagem dos parques hídricos, que é a possibilidade de contrabalançar a oferta de eletricidade.
O estudo destaca que esses empreendimentos são uma alternativa efetiva para expandir a capacidade nacional de geração de energia. O Nordeste brasileiro é líder na geração de energia eólica e tem registrado recordes na geração de energia solar, consolidando-se como referência em fontes limpas de eletricidade.
Nas estações secas, quando o custo da energia fica mais alto, há grande disponibilidade de sol e vento.
É nesse cenário que os parques híbridos se apresentam como uma alternativa muito promissora para a região, mas podem contribuir para a matriz energética brasileira como um todo.
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