Comunidades investem na geração distribuída

 
Comunidades investem na geração distribuída Comunidades investem na geração distribuída

Ações coletivas para a geração local de energia solar fotovoltaica vêm se disseminando em comunidades periféricas do Brasil


A combinação de altas na conta de luz, a recente aprovação do marco legal para a micro e minigeração distribuída de energia e o estímulo cada vez maior a iniciativas sustentáveis tem impulsionado a geração distribuída de eletricidade nas periferias.


O Rio de Janeiro saiu na frente com alguns exemplos animadores. No segundo semestre de 2021, começou a operar a primeira cooperativa de energia solar fotovoltaica em favelas do Brasil, beneficiando 34 famílias das comunidades da Babilônia e Chapéu Mangueira, ambas na zona sul carioca.


A cooperativa foi criada pela ONG Revolusolar, adotando a geração compartilhada de energia. Segundo a ONG, optou-se por esse modelo por ser mais viável técnica e economicamente do que o de instalações individuais e também por ter maior sintonia com as tradições de coletividade, cooperação e autogestão das favelas cariocas.


A instalação dos painéis fotovoltaicos foi feita no telhado da Associação de Moradores da Babilônia. A eletricidade gerada a partir da fonte solar é transferida para a rede de distribuição e convertida em créditos de energia, que são compartilhados entre os moradores da comunidade.


Com a iniciativa, estima-se que a economia para a cooperativa será de até R$ 30 mil por ano e, para cada família, de cerca de 30% na conta de luz, ou de aproximadamente R$ 80 por mês.

Parte do valor economizado é destinado à remuneração dos trabalhadores da comunidade envolvidos com a instalação das placas. A ideia é fazer com que o alcance do projeto seja ampliado, beneficiando mais famílias. Futuramente, poderá ser levado para outras comunidades.


ECONOMIA, EMPREGO, CONSCIENTIZAÇÃO

O projeto da ONG Revolusolar ainda tem o mérito de gerar empregos e promover a educação ambiental para crianças e jovens da comunidade. O seu idealizador é o economista Eduardo Ávila, de 27 anos, que, em 2020, foi finalista do prêmio Jovens Campeões da Terra na América Latina e Caribe, promovido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).


Em dezembro do ano passado, outra comunidade do Rio começou a gerar sua própria energia. Dessa vez, a iniciativa partiu da ONG SER Alzira de Aleluia, que inaugurou o primeiro sistema solar da comunidade do Vidigal, também na zona sul carioca.


Segundo a presidente da ONG, Elma Aleluia, a própria organização passou a ser beneficiada pela geração distribuída de energia. "Nossa conta de luz mensal caiu de R$ 730 para R$ 300, R$ 200." Ela comemora o fato de poder investir o dinheiro economizado em outras atividades que beneficiem as 157 famílias atendidas pela ONG.

Categories
#Energia Limpa
Logo

Energia Automação © 2022 - Site Twdata.